À SOMBRA DO SALGUEIRO...




Porque fosses o sonho de ventura
Que eu tanto ambicionara e conseguira,
Nunca julgara, nem jamais previra
O transe cruel que agora me tortura.
Só a extensão de um grande mal sem cura
Poderia mostrar que me iludira;
Que a ventura na vida é uma mentira
Sempre falaz àquele que a procura.

Louco de dor, o espírito delira
E a Castália das lágrimas apura
A emoção de infortúnio que me inspira...

Mas foi tamanha a minha desventura,
Que pendurei, muda e quebrada, a lira
No salgueiro da tua sepultura.


Da Costa e Silva

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

NÃO DESEJES, NEM SONHES...

Teus passos somem...

ENTRE CÉU E ABISMO