ADEUS À VIDA




É, então, isso a vida: a nau perdida,
Sem bússola e sem leme, aos temporais?
A flórea escarpa, de íngreme subida,
Da montanha dos risos e dos ais?

É, então, isso a vida: a flor colhida
Sobre abismos ocultos e fatais?
A quimera da Terra Prometida,
No êxodo eterno para o Nunca-Mais?

É, então, isso a vida: o sonho obscuro
Dos Ícaros, Jasões e Prometeus,
Perdido na celagem do futuro?

É, então, isso a vida? — Vida, adeus!
Não é esse o caminho que procuro...
Mas seja tudo pelo amor de Deus.


Da Costa e Silva

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