CHUVA


CHUVA

Estendida a mão
obrigou-te a chuva
a ser quem és:
a do relento,
em vésperas,
pássaro de beira
o pulo no ar
realçando o instante.
A chuva te abrigou,
em concha a palma cheia
de estrias,
marcando a terra
a que pertences.
Sua fome devorou-te
o excesso
e batizou-te: única.


Dora Ferreira da Silva
Poesia Reunida (1999)

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