Os mortos chegam pisando com pés de flores tocam violetas temem o brilho das rosas luas de nácar desfazem na grama lúnulas maculas de pólen e as mínimas flores da deslembrança. O silencio agita sombras. O que buscais amados mortos pisando com pés de flores: o odor de dias idos nas magnólias? Raízes de que saudade? Ah delírio de girassol da noite! Só o vento desliza. Os amores-perfeitos (eles buscam) e outros de azulada memória. Dora Ferreira da Silva Poesia Reunida (1999)
Eis-me afinal de novo entre os meus bons convivas, Só com meus sonhos,só,com a minha saudade, E as mortas ilusões e ilusões redivivas De que o morto passado a alma toda me invade. Porque se me hão de impor,fortes e decisivas, As descrenças dos que,sem fé,sem caridade, Sem esperança,vêm dessas alternativas De mal fingido amor e fingida piedade? Sinto-me preso aqui.Entre angústias me envolvo, -Esfinge que se envolve entre os arcais da Líbia - Mas o fatal problema entre audácias resolvo Alma!que importa a dor que te devora?Exibe-a Ante a morte que em seus tentáculos de polvo Mói crânio contra crânio e tíbia contra tíbia! Emilio de Meneses
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